Monday, December 26, 2005

A gente não faz amigos, reconhece-os.

Amigos
Vinicius de Moraes (1913-1980)
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências…
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer…
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.

Para meus amigos, queridos amigos!

Thursday, December 22, 2005

Bom dia tristeza.

Noite passada não dormi. Estava muito triste e confusa para ter um sono reparador, de que tanto preciso em momentos de turbilhão e de cansaço mesmo.
Surgiu uma possibilidade quase que concreta de não mais falar com um dos meus mais queridos amigos, talvez o meu melhor amigo.
Minutos antes desta revelação, estava com uma reunião marcada, que na hora, óbvio, fiquei apagada como uma tocha sem rumo, sem gás. Sei lá o que colocam em tochas para que elas acendam. Perdi o brilho, notado por todos, mas delicadamente culpei o cansaço de fim de ano.
À noite chorei, chorei muito, amizade para mim não é um “negócio”. Tenho um péssimo habito de amar incondicionalmente meus amigos, justamente porque os escolho, ou porque eles me escolhem. Sou mesmo uma pessoa que tem a sorte de ter muitos, bons e queridos amigos. Sem eles não seria metade do que sou. Como em minha família não tenho este privilégio, “desconto” meu amor em meus amigos. Não acho isso ruim, até ontem.
Quando adolescente escrevia constantemente em meus cadernos uma frase, que não sei o autor, que assim diz: “Um amigo não tem nada que provar a ninguém, muito menos um ao outro”. Devo ter tirado do Reader’s Digest porque do Pequeno Príncipe acho que não foi. Lembrei dela hoje de manhã, depois de uma noite em claro.
Espero que meu amigo leia isso, e que saiba o quanto ele é importante para mim.
Angela, para somente uma pessoa que se interessar possa

Thursday, December 15, 2005

Pessoas queridas e delicadas

Fraguinha
Euzinha e Marcelo Braga secretário Adjunto de Cultura
Amo muita gente, sou assim meio "dada", mas há cada dia amo mais e mais o Ronaldo Fraga, ele é uma das pessoas mais lindas, generosas e delicadas que conheço e tenho o prazer inenarrável de conviver! Fizemos a assessoria de imprensa do livro dele "Moda, Roupa e Tempo. Drummond selecionado e ilustrado por Ronaldo Fraga". Foi tudo de bom!